LER E ESCREVER, UM ELIXIR DA VIDA NA TERCEIRA IDADE


Famosos como Zélia Gattai, Pedro Nava e Cora Coralina são exemplos para um grupo de escritores que acredita que nunca é tarde para começar.

O sabor que as palavras têm dão cor à vida e dão vida à vida e qualidade a essa vida. As palavras leem-se, revilêem-se. As palavras escrevem-se, escrevivem-se. Deixem-me, sem pretensiosismo, tentar imitar o dom de criação de palavras que Mia Couto põe na sua escrita.

O exercício da leitura e da escrita são poderosos instrumentos revigorantes para o cérebro. A atividade intelectual na terceira idade é fundamental para manter os mais idosos ativos e para evitar ou retardar o surgimento ou a progressão de doenças neurológicas degenerativas, que levam a memória e trazem as demências. A investigação tem demonstrado que o treino do raciocínio indutivo, da memória e de outras funções mentais é importante na manutenção da saúde mental.

"Mente sã em corpo são." Para o corpo são, exercício físico e boa alimentação. Para a mente sã, exercício intelectual e bom alimento para ela. É de mente sã que eu vou falar, embora não nos possamos esquecer de manter o corpo são: um não vive bem sem o outro estar em forma. Vou dar exemplos reais de histórias de vida em que a leitura e/ou a escrita deram vida à vida e lhe acrescentaram cor, sabor, prazer e qualidade.


Ler e escrever são atividades altamente estimulantes para o cérebro e não é preciso ter estudos elevados para as realizar e apreciar; "são saberes essenciais" que nos podem ajudar a viver. Martín (2007) diz que, "assinalado o interesse da estimulação, defendemos que a educação, ao proporcionar um conjunto de padrões de atividade intelectual (por exemplo, através da leitura, da escrita, de atividades discursivas que exercitam o desenvolvimento da linguagem e do pensamento, etc.), ajuda à manutenção dos níveis de ativação cerebral ou, em muitos casos, a recuperar e a compensar a perda de estimulação ambiental ou contextual, que ocorre particularmente depois da reforma".


À leitura e à escrita podemos acrescentar outras atividades que também exercitam o cérebro, como, por exemplo, fazer palavras cruzadas, jogar cartas ou outros jogos, bordar ou fazer renda, construir peças de artesanato. Da prática de todas elas, de acordo com os gostos e os hábitos de cada idoso, resultarão benefícios como a estimulação do cérebro, o sentimento de rejuvenescer, o gosto pela vida.