Mais uma vez a Capital cearense figura entre os principais destinos turísticos brasileiros. O público da terceira idade reforça este caráter da cidade. Dados contabilizados desde 2007 pelo Viaja Mais Melhor Idade (VMMI) apontaram Fortaleza como o segundo destino mais visitado do programa, que é promovido pelo Ministério do Turismo (MTur) em parceria com a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa).
Ao todo, foram 7.030 passageiros que visitaram Fortaleza, deixando R$ 9,14 milhões em gastos. Com 389 mil pacotes vendidos entre 2007 e 2009 e uma expectativa de fechar 2010 com cerca de 650 mil, o foco do VMMI é a terceira idade. Para esse público, os descontos ficam entre 20% e 70%, dependendo da época do ano, local e disponibilidade do cliente.
Ranking
A Capital cearense ficou atrás apenas de Natal (RN), que conquistou 7.321 dos passageiros do programa. Mas conquistou a preferência do público da terceira idade sobre Lins-SP (3ª), Caldas Novas (4ª) e até sobre outras badaladas cidades como Salvador (6ª), Foz do Iguaçú-RS (9º) e Serra Gaúcha (5ª).
Disponibilidade
Apostando na disponibilidade dos idosos, o VMMI oferta pacotes para os períodos conhecidos como baixa ocupação, onde, mesmo nas cidades mais badaladas, há pouca demanda na cadeia turística local. De acordo com Enzo, esse é o grande diferencial do programa, pois, com pouca demanda, o hotel, a pousada e os agentes podem oferecer um preço "mais em conta para o cliente".
"Você considera, por exemplo, o meio de semana em Fortaleza. Não é ocupação alta. E a gente tem vendido muito pra meio de semana para Fortaleza", exemplifica Enzo.
Agências
No entanto, isso também pode ser um empecilho, como aponta a proprietária da Brasilistur, Marlene Cavalcante Lima. Segundo ela, que trabalha há dois anos com o programa, a dificuldade em reservas de hotel em datas convencionais e não convencionais permanece.
Apesar da procura, as datas não colaboraram e, este ano, Marlene ainda não conseguiu vender sequer um pacote.
Ao todo, segundo dados da Braztoa, nove grandes operadoras montam os pacotes do VMMI, que, atualmente, oferece também o primeiro destino internacional (Chile). Já na venda dos pacotes, cerca de duas mil agências de viagem são responsáveis pela comercialização.
É o caso da Suncoast Turismo, de Fortaleza, que aderiu este ano ao programa. Segundo o proprietário, Daniel Freire, as expectativas para o público da terceira idade "são grandes". Depois do treinamento promovido pela Braztoa, ele inicia a promoção dos pacotes, com propaganda e a promoção de coqueteis.
ARMANDO DE OLIVEIRA LIMAESPECIAL PARA ECONOMIA
PORTO DO MUCURIPETerminal de passageiros pronto até junho de 2013
De olho na Copa de 2014, obra contará com investimentos de R$ 105 milhões, oriundos do PAC 2
Com previsão de começar a operar, "na pior das hipóteses", até junho de 2013 (um ano antes da Copa do Mundo), o novo terminal de passageiros do Porto do Mucuripe ocupará uma área de 5 hectares, contando com investimentos de R$ 105 milhões, assegurados dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). O equipamento promete ser um dos mais modernos do País, além de servir como uma complementação à rede hoteleira de Fortaleza, sobretudo visando a época do Mundial.
"Será uma obra que pretendemos iniciar em março de 2011 e que levará 2 anos para estar concluída. Durante a sua construção serão 500 empregos diretos gerados e outros dois mil indiretos. Quando começar a funcionar, serão 100 pessoas trabalhando apenas no porto", informou o ministro-chefe da Secretaria Especial dos Portos (SEP), Pedro Brito, ontem pela manhã, durante o lançamento do V Seminário SEP de Logística, no Marina Park Hotel.
O seminário, que ocorre pela segunda vez em Fortaleza, será realizado entre os dias 8 e 11 de dezembro, no Centro de Negócios do Sebrae. No evento de ontem, o ministro fez um balanço das obras portuárias em andamento no País, notadamente no Ceará, como a dragagem no Porto do Mucuripe e a construção do novo terminal de passageiros. Nos próximos 5 anos, um montante de R$ 32 bilhões está previsto para reestruturar o setor. Segundo Brito, o novo portão náutico do Ceará contará com um cais de atracação de 350 metros de extensão e toda estrutura de receptivo turístico.
"Terá Polícia Federal, Alfândega, praça de alimentação, sistema de distribuição de bagagem e serviços de aluguel de carros. Dará ao Ceará uma condição invejável para atrair nossos navios", explicou, lembrando que, em meses que não houver navios turísticos para atracar, o terminal deverá manter suas atividades recebendo navios de carga.
"Na última temporada de cruzeiros, que dura em média 5 meses, foram 48 navios e 100 mil passageiros. Nossa expectativa é de até dobrar esses números com o novo terminal", disse. Ele também garantiu que já há R$ 60 milhões do PAC 2 destinados à construção do novo terminal de contêineres do porto.
Turismo consolidado
Para o secretário executivo de Turismo de Fortaleza, Moacir Soares, a construção do terminal representa mais um passo para a consolidação da cidade como destino turístico. "É justo e oportuno que se tenha uma infraestrutura adequada de receptivo conivente com esse turista mais exigente que chega por aqui de navio", destaca .
Dia 17, Moacir Soares embarca para Brasília para participar de audiência com o ministro Pedro Brito. Na pauta do encontro está a apresentação do projeto de requalificação da Av. Beira-mar, na qual ele diz que tentará pleitear recursos; e o projeto de aterramento em 80 metros da faixa de praia, entre o atual espigão da Avenida Rui Barbosa e a Desembargador Moreira, orçado em R$ 38 milhões.
R$ 18 MILHÕESPavimentação com ordem de serviço ainda neste mês
A Ordem de Serviço para o início das obras de pavimentação do Porto do Mucuripe deve ser dada ainda neste mês, de acordo com informação do presidente da Companhia Docas do Ceará (CDC), Paulo André Holanda. Orçada em R$ 18 milhões, a obra tem previsão de ser tocada em dois anos.
Somente no ano de 2010, o terminal portuário de Fortaleza consumiu pelo menos R$ 88 milhões em investimentos. O dinheiro foi destinado à derrocagem (retirada de sedimentos do fundo do mar) do berço 103, aumentando a profundidade do local para 11 metros e que permitirá o recebimento de navios graneleiros de porte maior; iluminação industrial; ampliação do número de tomadas frigoríficas - que em 2011 saltará das atuais 240 para 500 -; e a construção do novo armazém do porto, com área de 6 mil metros quadrados.
A dragagem - que deverá ser concluída até o fim de janeiro - vai aprofundar o calado do porto de 10,5 metros para 14 metros de profundidade, permitirá a entrada de navios com 305 metros de cumprimento e capacidade para 70 mil toneladas. Hoje, o Porto do Mucuripe só aceita navios de, no máximo, 35 mil toneladas. Toda a obra é acompanhada por um monitoramento ambiental feito por técnicos do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Ao todo vão ser retirados 6 milhões de metros cúbicos de sedimentos. Outros benefícios trazidos com a mudança será a redução com os custos de fretes e a elevação da movimentação de cargas em até 30%, o que promete ampliar a competitividade do terminal.
LIVIA BARREIRAREPÓRTER
